Tanto se fala sobre estes dois assuntos, que já fazem parte do nosso cotidiano e muitas vezes agimos sem perceber. De repente, estamos no shopping, adquirindo mais uma peça, que poderá (ou não) ficar guardada por dias, ou até não ser usada. Consumismo? Fuga? Não podemos julgar, mas vale a pena a leitura de alguns tópicos importantes para nos conscientizar de que existem muitos aspectos por trás da produção de roupas.
1. Existem produtos químicos nas suas roupas e eles são muitas vezes cancerígenos.
Enquanto o movimento Slow Food está começando a pegar e os consumidores estão se tornando cada vez mais preocupados com o que comem, nós ainda não pensamos nas roupas da mesma maneira.
A maioria de nós ainda não compreendeu que pesticidas, inseticidas e formaldeído presentes em nossas roupas também fazem mal à saúde. A pele é o maior órgão do nosso corpo e, instintivamente, absorve tudo que colocar nele - incluindo produtos químicos de vestuário.
2. Existem de 27 a 30 milhões de escravos no mundo hoje. Sim, escravos.
Alguma vez você já se perguntou como empresas como Zara ou Forever 21 podem vender camisetas por cinco dólares?
Há pessoas em países como o Uzbequistão, Camboja, Bangladesh e Índia que são obrigadas a trabalhar contra a sua vontade. Se eles estão colhendo algodão ou curtindo o couro, eles não estão sendo pagos. Eles são literalmente obrigados a uma vida de escravidão com muita pouca esperança de liberdade.
E os trabalhadores que estão sendo pagos provavelmente ganham menos de um salário mínimo - o que significa que eles não podem abrigar-se ou alimentar-se e tampouco a sua família. Em 2012, uma emissora sueca informou que trabalhadores no Camboja recebiam tão pouco que precisavam pedir dinheiro emprestado para comprar comida.
3. Grandes varejistas são um grande problema.
No nosso tipo de negócio, a busca por grandes vendas e a mentalidade do consumidor de querer roupas baratas estão diretamente relacionadas com as pessoas que fazem nossas roupas. Isso porque nós queremos comprar uma camiseta por menos de 20 dólares e os varejistas são obrigados a encontrar formas de reduzir os custos e competir em um mercado altamente saturado. Isso geralmente representa cortes no custo de fabricação no exterior.
A H & M já fez uma declaração pública dizendo que planeja oferecer um "salário digno" a mais de 850 mil trabalhadores têxteis até 2018. Enquanto isso soa como um gesto nobre, também levanta a questão de porque a gigante varejista não estava pagando seus trabalhadores o bastante, como seria sua obrigação.
A H & M não está sozinha - Forever 21, Zara, GAP, JC Penney e muitos outros são grandes jogadores em direitos humanos e questões de trabalho em todo o mundo.
4. Nossas roupas velhas ( e comportamento descartável ) estão arruinando economias.
Pronto para levar uma pilha de roupas para doar para serem revendidas?
Enquanto a revenda de roupas de segunda mão é eticamente bom, é a enorme quantidade de doações que causa o problema. Goodwill, Exército da Salvação e similares recebem mais doações de roupas do que podem revender. Então, o que acontece com o excesso?
De acordo com um artigo de opinião do The Business of Fashion, "a maioria das roupas doadas são vendidas para comerciantes de roupas de segunda mão, que as classificam, empacotam em fardos para a revenda e vendem geralmente fora do país de onde vieram".
Na África Subsaariana, onde um terço das roupas doadas globalmente são vendidas, o negócio de roupas usadas está minando a própria indústria de tecidos local. Além disso, o "despejo" de nossa roupa indesejada no outro lado do mundo nos dá uma sensação irreal de que podemos continuar consumindo enlouquecidamente sem pensar nas consequências.
5. É preciso décadas para a sua roupa se decompor em um aterro sanitário.
A indústria do fast fashion transformou quatro temporadas regulares em 52 micro estações para empurrar novas tendências e incentivar o consumo rápido. Os varejistas tornaram mais fácil para o consumidor comprar um vestido barato, usá-lo uma vez só e nunca mais voltar a vesti-lo. Nós não pensamos sobre onde essas roupas vão parar depois que cansarmos delas.
O americano joga fora em média 31 quilos de roupas por ano. Nylon, rayon, poliéster e outros materiais sintéticos são essencialmente plásticos, que duram muito mais tempo que você. No ritmo em que o consumidor está acumulando resíduos não haverá planeta suficiente.
6. O consumidor não é impotente.
Os consumidores têm o poder de compra. Todo nós temos a capacidade de mudar a indústria da moda, escolhendo quais empresas merecem o nosso dinheiro. Tudo se resume a educar-se e ajustar seu estilo de vida para uma forma que não requer o consumo excessivo de vestuário descartável.
E você? O que vai fazer?
Postagem original de Shannon Whitehead
Então, que tal uma limpeza no guarda roupas, ou uma conscientização do seu estilo? Qual a imagem que você (ou sua empresa) quer passar ao mundo?
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