A vitrine é uma grande ferramenta de comunicação, responsável por 70% das vendas de uma loja. Ela é o “vendedor silencioso”, o cartão de visita e o agente formador da imagem de uma marca.
Sua historia inicia-se no Império Romano no século II, com a construção do Mercado de Trajano no reinado de Trajano. O complexo comercial possuía seis andares com 150 lojas organizadas a partir dos produtos que vendiam. Digamos que teria sido o primeiro modelo de Shopping Center que temos hoje.
(à dir.) Uma pequena parte do interior do famoso Mercado de Trajano e
(à esq.) o Mercado de Trajano – quase dois mil anos de história
Com o fim do Império Romano e a chegada da Idade Media as lojas praticamente desapareceram, e o comércio de produtos passou a ser feito em feiras ao ar livre. Com o advento da Renascença houve o ressurgimento das lojas devido ao Mercantilismo. Mais a frente com a Revolução Industrial (século XIX) começaram a aparecer por toda a Europa espaços na parte frontal das lojas onde joalheiros e artesãos expunham seus produtos. A partir daí, termos como vitrine, decoração, manequins começam a surgir e o formato das vitrines começa a evoluir.
Em 1850 aparecem as primeiras “bonecas de moda”, feitas em porcelana e couro. Elas desapareceram quando os manequins, simulando figuras humanas, tomaram o seus lugares. Foi no período da Rainha Vitoria (1832-1895) que surgiram as vitrines como são hoje: janelas mostrando a mercadoria ao público passante.
Loja Bonequinha de Luxo- Bom Retiro-SP
A partir de 1852 apareceram as primeiras lojas de departamentos em Paris, com as vitrines chegando ao nível da rua. E a partir desse momento as pessoas saiam de casa para apreciar as vitrines (o ato do flâneur), exatamente como nos dias de hoje. Os manequins eram feitos com mais de 100 quilos de cera, no verão derretiam e no inverno rachavam.
Atribui-se a França a evolução da vitrine, inclusive o nome vitrine é francês (em português o correto é vitrina). Devido a Revolução Industrial, a produção em massa tomou conta do mercado e as pessoas passaram a ter opções de marca e modelagem para decidir na hora da compra, com isso a vitrine começa a ser extremamente importante para as vendas.
Na virada para o terceiro milênio, muitas lojas passam a explorar as vitrines como obra de arte para conceituar a imagem de sua marca e usam a tecnologia como um diferencial para atrair a atenção dos seus clientes.
Vitrine H&M Vitrine Gucci
Além de produtos e ofertas, elas exibem mudanças de costumes, avanços da tecnologia e reflexo do tempo em que se vive. É o principal elo entre lojistas e consumidor, é através dela que o consumidor decide conhecer melhor no interior da loja um produto que lhe interessou, ou a atmosfera de uma marca. Por isso, deve ser planejada cuidadosamente para seduzir o cliente e convence-lo de que a loja tem algo a lhe oferecer.
Vitrine TOP MAN
Uma vez dentro da loja, o cliente já esta fazendo cálculos de quanto dinheiro pode disponibilizar para aquele fim. Devemos pensar na vitrine como um portal que se separa o dia a dia do cliente, suas preocupações e rotina, do fantástico universo da marca. Se esse portal parecer convidativo, oferecendo alguns minutos de fuga do mundo real, será praticamente irresistível.
Texto por Lilian Monteiro e colunista do MMdaMODA.
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